E aí pessoal, sentiram minha
falta? Sei que não.
Bom, muito tempo se passou desde
minha última postagem sobre Game of Thrones. Venho aqui dizer que não é sobre
esta série que irei falar, mas sobre minhas singelas opiniões acerca de O
Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos.
Vou dividir minha postagem de forma
que quem não viu ainda saiba o que esperar, quem viu saiba o que achei e quem
leu também possa tomar suas conclusões. De qualquer forma, há spoilers abaixo,
leia por sua conta e risco.
O HOBBIT: PARA QUEM NÃO VIU O FILME.
Bem, o que dizer. A verdade é que
este filme (realmente o mais curto de todos) encerra a trilogia de forma épica,
mas creio que não de forma tão excelente como O Senhor dos Anéis. Se você está
esperando encontrar um filme como O Retorno do Rei esqueça. Não é assim que as
coisas são.
Primeiro de tudo: é vital que
você tenha assistido o segundo. Tudo é imediatamente sequencial. De fato, o
filme começa com o ataque a Esgaroth de tal forma que tudo se resolve antes que
o letreiro “A Batalha dos Cinco Exércitos” apareça. A partir daí é só a batalha
mesmo.
Os atores estão excelentes,
principalmente Richard Armitage (Thorin) ao interpretar a “doença do dragão”
que ele acaba contraindo da mesma forma que seu avô, Thror. Aliás, a linhagem
de Durin é mais elaborada neste filme, apresentando efetivamente Kili e Fili
como sobrinhos do rei e também seu primo Dáin Pé-de-Ferro (que aliás, tem uma
entrada triunfal).
Bard assume o papel de líder do
povo do Lago, com a difícil tarefa de reconstruir suas vidas em Valle, ajudados
(apesar do nariz torcido) por Thranduil, o rei élfico. Aliás, Thranduil está
insuportável no filme, mas no fim percebemos suas razões. Legolas ainda está
indefinido sobre sua relação com Tauriel, enquanto o romance dela com Kili também
não agrega nada à história.
O que eu achei? Poderia ter sido
melhor. Mas no fim poderia ter sido pior também, então é melhor não reclamar e esperar os 30 minutos adicionais da Versão Estendida.
O HOBBIT: PRA QUEM VIU O FILME:
SPOILERS À FRENTE:
Creio que este filme provou que O
Hobbit poderia SIM ter sido transformado em apenas dois filmes. Este foi um
tremendo tapa na minha cara, já que sempre apoiei a ideia da trilogia.
Entretanto, não dá pra colocar o leite de volta na vaca depois de ordenhado.
O ataque à Cidade é muito bem
exposto (apesar de eu não ter visto muito bem porque cheguei atrasado e perdi
os primeiros cinco minutos do filme L).
A fuga de Bard me pareceu um pouco forçada, principalmente pelo fato de que ele
NÃO PRECISAVA ESTAR NA CADEIA. Sério, por que colocaram ele lá? Não fez
sentido, deixasse ele em casa, cuidando do Kili ferido e ajudando a defender os
filhos dos orcs. Mas beleza...
Quanto à chegada da Flecha Negra,
pode parecer um alívio para todos, mas nunca gostei dela. Acho que Bard poderia
ter acertado aquele buraco nas escamas com seu próprio arco, sem depender
daquela lança gigante, mas whatever... A voz de Benedict Cumberbatch ressoando
pela cidade em chamas ficou excelente, principalmente quando pergunta: “Quem é
você que se coloca contra mim?”. Fantástico. O estrebuchar no céu e a queda
rumo à cidade (e ao barco do Mestre) também é memorável.
A recuperação dos cidadãos do
lago graças ao exército élfico também foi bem explicada. Obviamente Bard nunca
tentaria lutar contra Thorin, mas depois de ter sido auxiliado por Thranduil,
ele precisa apoiar os elfos. O cerco a Erebor se desenrola por pouco tempo,
devido, claro, à chegada oportuna de Dáin e seu exército de anões (Bom dia,
senhores. Gostaria de oferecer minha proposta. Poderiam, por favor, DAR O FORA
DAQUI?). Hilário. Melhor ainda quando ele chama o rei élfico de “fadinha da
floresta” (algo que todos nós pensamos, mas nunca verbalizamos, claro).
Legolas e Tauriel em Gundabad foi
uma referência EXTREMAMENTE ÓBVIA à saída dos exércitos de Minas Morgul em O
Retorno do Rei. O raio verde foi substituído por morcegos e o Senhor dos Nazgul
por Bolg. Tudo o mais permanece igual. Aliás, este filme está repleto de
referências, não? A própria fala "morcegos feitos com um único propósito: guerra" lembra bastante a fala de Aragorn ("um exército feito com um propósito: destruir o mundo dos homens").
A libertação de Gandalf foi
legal, mas na verdade eu esperava mais. Galadriel, Elrond, Saruman e Radagast
fazem um esforço conjunto: Ela o liberta de sua prisão (onde ele estava sendo
torturado pelo orc que deveria interpretar Bolg), Elrond e Saruman distraem os
Nazgul enquanto Radagast leva Gandalf embora. Na verdade, esta cena não passa
de outra referência a O Senhor dos Anéis. Galadriel mostra a todos o poder de
um anel dos elfos quando usado em luta. Aliás, achei ela meio assustadora nesta
cena. Me lembrou um pouco a Eva Green possuída em Penny Dreadful.
Não gostei muito do enfrentamento
com Sauron, principalmente pela aparição dos Nazgul como personagens de
videogame (foi incoerente com a forma etérea com que apareceram no primeiro
filme) e além disso me pareceu um panorama muito estranho. Uma hora mostrava
ele, outra hora ela mas nunca os dois se enfrentando. Além disso, a frase que
ela falou “Você não tem poder aqui!”, não lembra alguma coisa? Sim, lembra As
Duas Torres, no “exorcismo do Saruman”. De qualquer forma, ver Saruman lutando
eu achei do KCT, ainda mais com sua fala final “deixem Sauron comigo” uma clara
ponte com a aliança das Duas Torres (Orthanc-Bard Dûr).
A jornada de Thorin também é
incrível, principalmente quando ele deixa de se tornar o louco do ouro e
finalmente parte para a luta. Aliás, Peter Jackson quis demonstrar três formas
de batalha no filme: uma luta campal, um cerco e uma incursão. Os locais? Erebor,
Valle e o Morro do Corvo, que aliás, trocou de lado em relação ao livro (no
livro, o Morro é o centro de comando dos elfos, no filme é a fortaleza de
Azog).
A luta em campo nos portões de
Erebor é excelente, mostrando o sincronismo dos elfos (ques estavam em formação
para atacar Dáin) com a resistência dos anões contra os orcs e trolls vindos
dos túneis (diga-se de passagem, de onde vieram aqueles vermes? Eu hein...). A
batalha em Valle envolve mais lutas em ruas e lugares apertados, onde Thranduil
mostra toda a exuberância (ui!) de sua luta e a participação dos homens na
defesa de sua recém-reconquistada habitação. Quando finalmente Thorin acorda
para a vida temos a incursão para “cortar a cabeça da serpente”, em que Thorin,
Fili, Kili e Dwalin tentam matar Azog e acabar com a batalha e o final da
história se desenrola. Gostei bastante desta adição. Demonstra um objetivo dos
anões e não simplesmente “se defender desesperadamente” como ocorre no livro.
Na batalha, há várias considerações a fazer.
Primeira: a participação de Beorn foi ridícula e não teve o peso que tem no livro.
Segunda: a disciplina do exército élfico é simplesmente invejável.
Terceiro: graças a Deus, não teve borboleta neste filme.
O HOBBIT: PARA QUEM LEU E
ASSISTIU O FILME:
SPOILERS BRABOS AGORA:
É sério: leia SOMENTE se você, no mínimo já
viu o filme e se leu o livro.
Quem leu sabe a importância de
Dáin Pé-de-Ferro na trama. Ele, como parente mais próximo de Thorin, é o terceiro
na linha de sucessão, logo após Fili e Kili. Mesmo assim, ele apareceu muito
apagado neste filme, e quando o filme acaba, parece que ele nem existe, quando
na verdade ele é (no fim da história) o Rei Sob-a-Montanha. Não gostei deste
tratamento. Além disso, espero ver mais anões lutando na versão estendida.
Não foi muito bem explicado, mas
o verdadeiro propósito de Thranduil era recuperar o colar de sua esposa, feito
por anões. O nome da joia foi dito no filme: As Pedras Brancas de Lasgalen. No
caminho para casa estive pensando: Lasgalen significa “Folhas Verdes” em
Sindarin, não? Ora, se o nome completo do Legolas é "Legolas Verde-Folha", será
que podemos presumir que sua mãe chamava-se Lasgalen? Não sei talvez seja
doideira. De qualquer forma deve ter sido uma excelente guerreira (como
Tauriel, isso explicaria a apaixonite do príncipe élfico) que morreu na luta
contra Angmar.
Aliás, o plano de Sauron era
esse, afinal de contas: conquistar a montanha e recuperar o norte e o reino de
Angmar, através do comando de Azog e Bolg em Gundabad. Aliás, Azog demonstra
ser um excelente estrategista na batalha, mas, na boa, é um personagem sem sentido. Ele
poderia ser chamado de Bolg sem nenhum prejuízo à história e ainda faria
sentido com o livro caso ele buscasse vingança pela morte do pai em Moria, mas
de qualquer forma, OK.
Quanto aos elfos, a referência a
Aragorn eu achei fantástica (principalmente com o tema da Sociedade tocando no
fundo). Isso define um destino para Legolas e explica porque ele é tão afastado
do pai, além de mostrar a origem da amizade entre ele e Aragorn. Apesar disso
há uma incoerência: Legolas não deveria ir para o norte e sim para o Oeste,
afinal, Aragorn não estaria em Valfenda? Ou talvez eu esteja errado, sei lá.
Tauriel, que no fim lamenta a
morte de seu amor recém descoberto, provavelmente deve ter seguido para Valinor
a fim de esquecer os males de Arda. Aliás, a morte da linhagem de Durin foi
muito bem construída: Fili teve o mesmo destino de seu bisavô Thror, morto por
Azog para demonstrar o poder dos orcs e a promessa feita pela orc pálido de
destruir a Linhagem de Durin; Kili morreu por amor, nas mãos de Bolg e Thorin finalmente
obteve sua vingança.
A luta entre Thorin e Azog é
fantástica, assim como a batalha entre Legolas e Bolg (onde vemos a repetição
da técnica de prender a espada na axila). Devo dizer que, apesar de gostar desta
luta, achei que acabou limando a participação de Beorn, cuja tarefa principal
era matar Bolg e acabou sendo uma decepção para os leitores. Apesar disso achei
a cena de Legolas andando no ar um pouquinho tosca e a cena do morcego um pouco
forçada (aliás, como ele conseguiu ficar de ponta cabeça?).
Na verdade, existem tantas coisas
a dizer que eu levaria horas digitando e você, leitor, horas lendo. Mesmo
assim, acho que vale, sim, a pena ver este filme no cinema. Creio que não
ganhará Oscars como fez O Senhor dos Anéis, mas foi uma saga divertida. O final
é emocionante (e quanto a velhos amigos? Linda esta cena) mas ainda assim,
reafirmo o que disse no começo: DOIS BASTAVAM.
P.P.P.S.: Ainda acredito em Peter Jackson, mas se for para modificar O Silmarillion da mesma forma que ele fez com O Hobbit, talvez seja melhor deixar pra lá ou passar para outro diretor. Talvez Guillermo Del Toro dê conta.
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