quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos - Resenha

E aí pessoal, sentiram minha falta? Sei que não.
Bom, muito tempo se passou desde minha última postagem sobre Game of Thrones. Venho aqui dizer que não é sobre esta série que irei falar, mas sobre minhas singelas opiniões acerca de O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos.
Vou dividir minha postagem de forma que quem não viu ainda saiba o que esperar, quem viu saiba o que achei e quem leu também possa tomar suas conclusões. De qualquer forma, há spoilers abaixo, leia por sua conta e risco.

O HOBBIT: PARA QUEM NÃO VIU O FILME.
Bem, o que dizer. A verdade é que este filme (realmente o mais curto de todos) encerra a trilogia de forma épica, mas creio que não de forma tão excelente como O Senhor dos Anéis. Se você está esperando encontrar um filme como O Retorno do Rei esqueça. Não é assim que as coisas são.
Primeiro de tudo: é vital que você tenha assistido o segundo. Tudo é imediatamente sequencial. De fato, o filme começa com o ataque a Esgaroth de tal forma que tudo se resolve antes que o letreiro “A Batalha dos Cinco Exércitos” apareça. A partir daí é só a batalha mesmo.
Os atores estão excelentes, principalmente Richard Armitage (Thorin) ao interpretar a “doença do dragão” que ele acaba contraindo da mesma forma que seu avô, Thror. Aliás, a linhagem de Durin é mais elaborada neste filme, apresentando efetivamente Kili e Fili como sobrinhos do rei e também seu primo Dáin Pé-de-Ferro (que aliás, tem uma entrada triunfal).
Bard assume o papel de líder do povo do Lago, com a difícil tarefa de reconstruir suas vidas em Valle, ajudados (apesar do nariz torcido) por Thranduil, o rei élfico. Aliás, Thranduil está insuportável no filme, mas no fim percebemos suas razões. Legolas ainda está indefinido sobre sua relação com Tauriel, enquanto o romance dela com Kili também não agrega nada à história.
O que eu achei? Poderia ter sido melhor. Mas no fim poderia ter sido pior também, então é melhor não reclamar e esperar os 30 minutos adicionais da Versão Estendida.


O HOBBIT: PRA QUEM VIU O FILME:
SPOILERS À FRENTE:
Creio que este filme provou que O Hobbit poderia SIM ter sido transformado em apenas dois filmes. Este foi um tremendo tapa na minha cara, já que sempre apoiei a ideia da trilogia. Entretanto, não dá pra colocar o leite de volta na vaca depois de ordenhado.
O ataque à Cidade é muito bem exposto (apesar de eu não ter visto muito bem porque cheguei atrasado e perdi os primeiros cinco minutos do filme L). A fuga de Bard me pareceu um pouco forçada, principalmente pelo fato de que ele NÃO PRECISAVA ESTAR NA CADEIA. Sério, por que colocaram ele lá? Não fez sentido, deixasse ele em casa, cuidando do Kili ferido e ajudando a defender os filhos dos orcs. Mas beleza...
Quanto à chegada da Flecha Negra, pode parecer um alívio para todos, mas nunca gostei dela. Acho que Bard poderia ter acertado aquele buraco nas escamas com seu próprio arco, sem depender daquela lança gigante, mas whatever... A voz de Benedict Cumberbatch ressoando pela cidade em chamas ficou excelente, principalmente quando pergunta: “Quem é você que se coloca contra mim?”. Fantástico. O estrebuchar no céu e a queda rumo à cidade (e ao barco do Mestre) também é memorável.
A recuperação dos cidadãos do lago graças ao exército élfico também foi bem explicada. Obviamente Bard nunca tentaria lutar contra Thorin, mas depois de ter sido auxiliado por Thranduil, ele precisa apoiar os elfos. O cerco a Erebor se desenrola por pouco tempo, devido, claro, à chegada oportuna de Dáin e seu exército de anões (Bom dia, senhores. Gostaria de oferecer minha proposta. Poderiam, por favor, DAR O FORA DAQUI?). Hilário. Melhor ainda quando ele chama o rei élfico de “fadinha da floresta” (algo que todos nós pensamos, mas nunca verbalizamos, claro).
Legolas e Tauriel em Gundabad foi uma referência EXTREMAMENTE ÓBVIA à saída dos exércitos de Minas Morgul em O Retorno do Rei. O raio verde foi substituído por morcegos e o Senhor dos Nazgul por Bolg. Tudo o mais permanece igual. Aliás, este filme está repleto de referências, não? A própria fala "morcegos feitos com um único propósito: guerra" lembra bastante a fala de Aragorn ("um exército feito com um propósito: destruir o mundo dos homens").
A libertação de Gandalf foi legal, mas na verdade eu esperava mais. Galadriel, Elrond, Saruman e Radagast fazem um esforço conjunto: Ela o liberta de sua prisão (onde ele estava sendo torturado pelo orc que deveria interpretar Bolg), Elrond e Saruman distraem os Nazgul enquanto Radagast leva Gandalf embora. Na verdade, esta cena não passa de outra referência a O Senhor dos Anéis. Galadriel mostra a todos o poder de um anel dos elfos quando usado em luta. Aliás, achei ela meio assustadora nesta cena. Me lembrou um pouco a Eva Green possuída em Penny Dreadful.
Não gostei muito do enfrentamento com Sauron, principalmente pela aparição dos Nazgul como personagens de videogame (foi incoerente com a forma etérea com que apareceram no primeiro filme) e além disso me pareceu um panorama muito estranho. Uma hora mostrava ele, outra hora ela mas nunca os dois se enfrentando. Além disso, a frase que ela falou “Você não tem poder aqui!”, não lembra alguma coisa? Sim, lembra As Duas Torres, no “exorcismo do Saruman”. De qualquer forma, ver Saruman lutando eu achei do KCT, ainda mais com sua fala final “deixem Sauron comigo” uma clara ponte com a aliança das Duas Torres (Orthanc-Bard Dûr).
A jornada de Thorin também é incrível, principalmente quando ele deixa de se tornar o louco do ouro e finalmente parte para a luta. Aliás, Peter Jackson quis demonstrar três formas de batalha no filme: uma luta campal, um cerco e uma incursão. Os locais? Erebor, Valle e o Morro do Corvo, que aliás, trocou de lado em relação ao livro (no livro, o Morro é o centro de comando dos elfos, no filme é a fortaleza de Azog).
A luta em campo nos portões de Erebor é excelente, mostrando o sincronismo dos elfos (ques estavam em formação para atacar Dáin) com a resistência dos anões contra os orcs e trolls vindos dos túneis (diga-se de passagem, de onde vieram aqueles vermes? Eu hein...). A batalha em Valle envolve mais lutas em ruas e lugares apertados, onde Thranduil mostra toda a exuberância (ui!) de sua luta e a participação dos homens na defesa de sua recém-reconquistada habitação. Quando finalmente Thorin acorda para a vida temos a incursão para “cortar a cabeça da serpente”, em que Thorin, Fili, Kili e Dwalin tentam matar Azog e acabar com a batalha e o final da história se desenrola. Gostei bastante desta adição. Demonstra um objetivo dos anões e não simplesmente “se defender desesperadamente” como ocorre no livro.
Na batalha, há várias considerações a fazer. 
Primeira: a participação de Beorn foi ridícula e não teve o peso que tem no livro. 
Segunda: a disciplina do exército élfico é simplesmente invejável. 
Terceiro: graças a Deus, não teve borboleta neste filme.

O HOBBIT: PARA QUEM LEU E ASSISTIU O FILME:
SPOILERS BRABOS AGORA:
É sério: leia SOMENTE se você, no mínimo já viu o filme e se leu o livro.
Quem leu sabe a importância de Dáin Pé-de-Ferro na trama. Ele, como parente mais próximo de Thorin, é o terceiro na linha de sucessão, logo após Fili e Kili. Mesmo assim, ele apareceu muito apagado neste filme, e quando o filme acaba, parece que ele nem existe, quando na verdade ele é (no fim da história) o Rei Sob-a-Montanha. Não gostei deste tratamento. Além disso, espero ver mais anões lutando na versão estendida.
Não foi muito bem explicado, mas o verdadeiro propósito de Thranduil era recuperar o colar de sua esposa, feito por anões. O nome da joia foi dito no filme: As Pedras Brancas de Lasgalen. No caminho para casa estive pensando: Lasgalen significa “Folhas Verdes” em Sindarin, não? Ora, se o nome completo do Legolas é "Legolas Verde-Folha", será que podemos presumir que sua mãe chamava-se Lasgalen? Não sei talvez seja doideira. De qualquer forma deve ter sido uma excelente guerreira (como Tauriel, isso explicaria a apaixonite do príncipe élfico) que morreu na luta contra Angmar.
Aliás, o plano de Sauron era esse, afinal de contas: conquistar a montanha e recuperar o norte e o reino de Angmar, através do comando de Azog e Bolg em Gundabad. Aliás, Azog demonstra ser um excelente estrategista na batalha, mas, na boa, é um personagem sem sentido. Ele poderia ser chamado de Bolg sem nenhum prejuízo à história e ainda faria sentido com o livro caso ele buscasse vingança pela morte do pai em Moria, mas de qualquer forma, OK.
Quanto aos elfos, a referência a Aragorn eu achei fantástica (principalmente com o tema da Sociedade tocando no fundo). Isso define um destino para Legolas e explica porque ele é tão afastado do pai, além de mostrar a origem da amizade entre ele e Aragorn. Apesar disso há uma incoerência: Legolas não deveria ir para o norte e sim para o Oeste, afinal, Aragorn não estaria em Valfenda? Ou talvez eu esteja errado, sei lá.
Tauriel, que no fim lamenta a morte de seu amor recém descoberto, provavelmente deve ter seguido para Valinor a fim de esquecer os males de Arda. Aliás, a morte da linhagem de Durin foi muito bem construída: Fili teve o mesmo destino de seu bisavô Thror, morto por Azog para demonstrar o poder dos orcs e a promessa feita pela orc pálido de destruir a Linhagem de Durin; Kili morreu por amor, nas mãos de Bolg e Thorin finalmente obteve sua vingança.
A luta entre Thorin e Azog é fantástica, assim como a batalha entre Legolas e Bolg (onde vemos a repetição da técnica de prender a espada na axila). Devo dizer que, apesar de gostar desta luta, achei que acabou limando a participação de Beorn, cuja tarefa principal era matar Bolg e acabou sendo uma decepção para os leitores. Apesar disso achei a cena de Legolas andando no ar um pouquinho tosca e a cena do morcego um pouco forçada (aliás, como ele conseguiu ficar de ponta cabeça?).
Na verdade, existem tantas coisas a dizer que eu levaria horas digitando e você, leitor, horas lendo. Mesmo assim, acho que vale, sim, a pena ver este filme no cinema. Creio que não ganhará Oscars como fez O Senhor dos Anéis, mas foi uma saga divertida. O final é emocionante (e quanto a velhos amigos? Linda esta cena) mas ainda assim, reafirmo o que disse no começo: DOIS BASTAVAM.

P.S.: Aquele Alfrid é completamente desnecessário. Um verdadeiro personagem supérfluo.
P.P.S.: Prefiram assistir em 2D. Achei o 3D completamente dispensável.

P.P.P.S.: Ainda acredito em Peter Jackson, mas se for para modificar O Silmarillion da mesma forma que ele fez com O Hobbit, talvez seja melhor deixar pra lá ou passar para outro diretor. Talvez Guillermo Del Toro dê conta.

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