domingo, 4 de maio de 2014

Dragões de Éter: Antes de Once Upon a Time já existia no Brasil...

Olá, novamente e para os que não estão acostumados, meu nome é Marcos e eu serei seu blogueiro pelos próximos minutos.
Alguém aqui é fã de Once Upon a Time (Era Uma Vez na Record)? Bom, antes que digam que é uma série de frutinha e que eu nem deveria estar falando dela, pense bem: Todos nós já ouvimos e lemos Contos de Fadas quando éramos crianças, foi assim que aprendemos a ler... São histórias que aprendemos a amar, admirar e não perdemos a fé de que podem ser reais... Além do mais, do ponto de vista roteirístico, é fascinante unir tantos personagens numa trama só. E ainda envolvendo nosso mundo.
Mas não estou aqui para falar de OUAT, mas de uma história com personagens similares e, ao mesmo tempo, completamente diferentes... Estou falando da trilogia brasileira Dragões de Éter.

No momento em que digito isso tenho a elevada honra de ter ao meu lado um exemplar do terceiro livro - Círculos de Chuva - o qual sou o feliz proprietário e estou com uma dó terrível de terminar de ler (foto). Dragões de Éter foi lançado já a algum tempo, quando ainda esperávamos cada livro-filme de Harry Potter, portanto, não é absolutamente nenhum plágio ou cópia da série. 
Seu escritor, Raphael Draccon batalhou muito para conquistar seu espaço e quando o fez, fez algo que muitos de nós devem agradecer: foi um dos responsáveis por trazer a série Crônicas de Gelo e Fogo para o Brasil (a qual também tenho e já li), apresentando-nos ao incrível mundo de Game of Thrones. Para mais detalhes podem procurar no NerdCast 379 com autores de Literatura Fantástica no Brasil Aqui - não estou ganhando pela propaganda, ok?

Bem, vamos à história... Não, não vou dar spoilers, afinal, quero passar longe de processos, mas só vou dar uma leve explicada e talvez eu conte quem morre no final... Brincadeirinha!
Tudo começa com uma garota de capuz branco que se torna vermelho depois dela perder a inocência ao ver a avó devorada por um lobo marcado com magia negra (sim, a coisa é pesada nessa parte). Ariane Narin, a garota é simplesmente uma das melhores personagens femininas que eu já vi na vida. Uma adolescente que passou por tanta coisa, mas que ainda guarda alegria dentro de si e... habilidades fantásticas que serão reveladas mais à frente.
Um casal de irmãos é seduzido por uma bruxa canibal para uma casa no meio da floresta. Sob um feitiço, eles comem vidro, pedra, madeira e lama, pensando estar se empanturrando de doces. João e Maria Hanson conseguem escapar de lá, depois de muito sofrer nas mãos da criatura, só para terem que enfrentar novamente perigos inimagináveis na adolescência.
Dois irmãos príncipes lidam com seus deveres, sempre tentando orgulhar seu pai, Primo Branford (irmão mais velho do dono do Gato de Botas) e sua mãe, Terra, uma fada que desistiu de seus poderes para unir-se a seu amor. Os príncipes, Anísio e Axel, são queridos pelo povo, mas em sua família há alguns segredos que podem abalar a confiança entre os irmãos. Axel, aliás é, além de príncipe um campeão de pugilismo e a cena de luta no segundo livro é fan-tás-ti-ca. Axel apaixona-se por uma plebeia, alguém completamente improvável, mas encantadora: Maria Hanson.
Pouco a pouco a história vai revelando mais personagens, como por exemplo a princesa Branca Coração-de-Neve do reino de Stallia (aliás há inúmeros reinos nessa história, cada um mais fantástico que o outro) que é prometida de Anísio Branford; há também o pirata Jamil Coração-de-Crocodilo, filho do velho James Gancho (que é um vilão e não o galã da série); um casal de trapaceiros que com certeza vai marcar a memória de quem ler - Snail Galford e Liriel Gabbiani; e muitos outros saídos das mais incríveis histórias.

A série é dividida em três livros: Caçadores de Bruxas, Corações de Neve e Círculos de Chuva, cada um funcionando como uma engrenagem e encaixando-se perfeitamente ao anterior, de forma que, para entendê-los, é melhor que sejam lidos em sequência.
Nova Ether, o lugar onde se passa a história, é habitada por personagens que veneram semideuses. Semideuses são criaturas cujos sonhos e esperanças alimentam a história, regidos por um maior do que os outros, chamado de Criador. Mas calma, aí, fanático, a história não está tentando inserir mensagens subliminares na gente, não. É só pensar: quem alimenta os contos de fada com esperanças, sonhos e desejos? Exatamente, vai ter que ler pra descobrir...
É claro que eu gostaria de contar mais a vocês... Como por exemplo as Caçadas de Bruxas, o torneio de pugilismo do segundo do livro, Beanshee, a história de Liriel Gabbiani e muitas outras coisas, mas isso seria poupá-lo da magia e da forma como Draccon escreve. É simplesmente fantástico o estilo, parece com um bardo nos contando, com direito a cenas de emoção e angústia insuperáveis e uma grande empatia com os personagens, que evoluem muito durante a trama (João Hanson muda tanto do primeiro para o terceiro livro que tornou-se praticamente outra pessoa).

Enfim, recomendo enfaticamente que leiam. É uma história incrível, que prova que brasileiros sabem sim escrever fantasia e que sabem escrever bem. Temos Raphael Draccon, Eduardo Spohr e outros que atestam isso (pretendo, um dia fazer um post sobre A Batalha do Apocalipse também, mas até lá estou meio ocupado). 
Dragões de Éter prova o poder que temos em cada um de nós. As habilidades de criar  e destruir e como podemos lidar com elas e mais ainda: a importância da família em nossas vidas e como devemos ser fortes para defendê-las.

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